A História dos Jardins flutuantes do Éden
Funchal, numa manhã de Abril.
Eve gostava de surpresas e foi com o maior dos entusiasmos que recebeu a notícia do casamento da sua melhor amiga. Imediatamente alinhou numa viagem de despedida de solteira com o inseparável grupo de amigas. Apenas teria que incluir sol, diversão e... flores. Sim, a noiva adorava flores. Neste caso, a ilha da Madeira reunia todas as condições. E o Hotel Gardens tinha a vibração certa para aqueles momentos, em que apetece conviver com amigos de longa data e juntar novos à lista, o que também entusiasmou Eve.
Na verdade, sentia-se no Hotel a tradição madeirense de bem receber e de celebrar a vida. Fosse no atendimento simpático e personalizado, no ótimo pequeno-almoço, nos restaurantes de comida regional e internacional com show cooking ou nos bares para diferentes ocasiões e animações.
No primeiro dia, as amigas foram até ao Lido, a bela promenade costeira do Funchal com a sua famosa zona balnear. Ao descer a azinhaga do Gardens, repararam num homem que estava sentado no cimo de uma árvore. Parecia estar a tirar fotografias. Sorriram, lançaram-lhe um “bom-dia” e seguiram caminho.
Depois de um animado almoço, o grupo decidiu dar uma volta pela cidade. Ficaram surpreendidas com a quantidade de jardins, pequenos quintais e caminhos repletos de flores. Num desses parques, Eve sentiu que estavam a ser observadas. Alguém, camuflado por uma linha de cactos enormes, apontava uma mega câmara fotográfica. E parecia ser “o homem da árvore” dessa manhã. Intrigadas, preferiram brincar sobre o assunto: será que alguma das amigas tinha contratado um fotógrafo para fazer a reportagem daquela viagem? Será um paparazzi que as confundiu com alguma girls band? Acabariam na capa de uma revista de celebridades? Ou teria o noivo, mais ansioso, contratado um detetive? Todas se riram com as histórias que cada uma inventou no regresso ao hotel.
Agora era tempo de subir ao terraço panorâmico do hotel, beber um cocktail e ver como o Funchal mudava de cores e de luzes, ao anoitecer. Junto à varanda, Eve viu novamente o misterioso homem com a sua máquina fotográfica.
Funchal, na mesma manhã de Abril.
Adam gostava de viajar sozinho. Nesses momentos, o que ele mais procurava era sossego e poder tirar fotografias de natureza. Incluir a Madeira no seu roteiro foi um passo natural. E o Gardens era um hotel suficientemente reservado, ótimo para descansar, e um bom ponto de partida para os seus passeios fotográficos pelos jardins, quintas e miradouros da ilha. De facto, o hotel tinha a atitude cool própria de um conceito adults only, onde era possível estar calmamente no spa, na piscina ou no jacuzzi instalado no rooftop , antes ou depois de um longo passeio.
No primeiro dia, Adam foi dar uma volta de reconhecimento, atravessando a zona residencial mais calma e soalheira junto ao hotel. Como nunca largava a sua câmara fotográfica, rapidamente o seu foco foi totalmente absorvido pela cor exuberante dos jacarandás em flor. A dada altura, Adam já estava a subir às arvores para captar o melhor ângulo e a melhor luz daquele espetáculo de cor.
Regressou ao hotel para almoçar no bar da piscina onde aproveitou o sol e a vista para o grande oceano. À tarde, retomou o seu passeio e as suas fotografias. Afinal, por todo o lado havia exemplos de que a Primavera tinha escolhido a Madeira para o seu grande viveiro Atlântico. Num desses locais, Adam encontrou plantas originárias dos quatro cantos do planeta convivendo em harmonia. Sobretudo ficou fascinado com os cactos. Passou horas a fotografar os mais ínfimos pormenores e as múltiplas formas e feitios destas plantas exóticas. Sempre desligado do resto do mundo à sua volta.
Ao final do dia, voltou ao Gardens. Apeteceu-lhe repor energias no bar do terraço do hotel, enquanto fotografava o pôr-do-sol numa magnífica panorâmica.
Funchal, ao anoitecer.
No terraço, aproveitando a vista, a excelente temperatura daquele final de dia e a boa disposição geral, as conversas começaram a cruzar-se entre os hóspedes.
Não aguentando mais a curiosidade, Eve foi ter com Adam e perguntou-lhe sem rodeios: posso ver as fotografias que andou a tirar? Adam ficou muito surpreendido, algo assustado mesmo. Mas pensou que até seria bom partilhar o fruto daquele seu dia, tão inspirador.
Adam e Eve casaram na primavera seguinte. A lua de mel foi nesta ilha do Atlântico também conhecida por “jardim flutuante”. Ou como, passaram a dizer, os Jardins flutuantes do Éden.